Num passado não muito distante, ser de direita não significada ser neoliberal. A justiça e o bem estar social faziam parte da agenda política, e o humanismo era intrínseco. Winston Churchill teve um papel determinante na implementação de reformas que promoveram decisivamente a evolução do estado social no Reino Unido, nomeadamente durante os anos em que foi membro do governo liberal de Herbert Henry Asquith.
Trata-se de um político que representa também uma época em que os interesses do Estado são supremos, e todos os outros - economia, indústria, finanças, etc - lhe são subservientes. Foi o pináculo do sistema de Estados-Nação, em que a própria ideologia na base do sistema e do conceito de "Nação" não permitia outra forma de ver as coisas e ditar a política. Mas Churchill viu também as espectaculares brechas deste sistema, e o seu terrível desenlace nas duas piores guerras da história da Humanidade. A carnificina e horror que daí resultaram, e a instabilidade vivida ao longo dos 40 anos anteriores, convenceram-no da necessidade da criação de uma Europa unida, embora com o Reino Unido fora de uma eventual federação.
Não foi, como é óbvio, um homem isento de defeitos. Mas num tempo em que vemos a política vendida ao capital, e palavras como competência, dignidade e honra são encaradas com um quase desdém e troça, é bom lembrar exemplos destes.
Churchill, pelo seu papel nuclear como grande líder contra a tirania da aberração nazi, força de carácter e poder de inspiração, dando coragem a quem sofria aqueles terríveis tempos, merece indiscutivelmente a o lugar especial que a História lhe atribui.
A sua abnegação, carácter obstinado e exemplo de força em face da tempestade constituem um modelo. De político e de Homem.
If You're Going Through Hell, Keep Going
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